Você acredita que tem gente que acha que a imaginação é uma
forma de pecado?
Mensagem do dia 15-10-2007
Você acredita que tem gente que acha que a imaginação é uma
forma de pecado?
Reprimir nossas fantasias é uma amputação. A gente é o que a gente vive e também o que a gente delira, sonha,
projeta, inventa, reconstrói, ousa, verbos raramente praticados no nosso
santificado dia-a-dia.
Fantasiar não resume-se a imaginar uma cena de
sexo no elevador.
É imaginar-se apartado do cotidiano conhecido, vivendo emoções mais
arrebatadas, sendo uma pessoa totalmente diferente do que se é.
Por que só é tolerado no carnaval?
Lantejoula, paetê, purpurina, maquiagem, pouca roupa, cores fortes: a
gente tem tudo isso em estoque, nem precisa de produção. Basta fechar os
olhos e enxergar para dentro. Há milhares de possibilidades de
sensações a serem desfrutadas sem prejuízo algum para os outros ou para
nós mesmos. É o mínimo que a gente merece depois de tantos anos de,
digamos, trabalhos forçados.
Passamos a vida inteira cumprindo o que esperam de nós, respeitando os
sinais de trânsito, pagando os impostos em dia, decorando senhas, sendo
gentis, solidários, pacientes, chegando pontualmente ao serviço, sendo
ótimos pais, ótimos filhos, fazendo a casa funcionar, economizando
centavos, cuidando da higiene, ouvindo desaforos e grosserias de quem
não nos compreende e sem esboçar reação alguma...
Levantamos todo santo dia com disposição: da cama pro banho, do banho
pro trabalho, dia após dia sem exaurir-se, porque faz parte da vida
seguir as regras.
Não há nada de errado com isso, mas.... Mas não há só isso.
E o nosso lado Marylin Monroe? Ou pitbull?
Tudo o que nos fascina, horroriza e diverte: por que não experimentar
sem sair do lugar?
Fantasiar é inofensivo, saudável e de graça. Ajuda a perder peso e a não
perder o controle. Muito pelo contrário: quem tem medo do próprio
pensamento é que já está comprometido.
Texto de Martha Medeiros
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